EFEITO BROWN: UMA NOVA PROPULSÃO PARA O FUTURO

(Palestra-Demonstração, inédita em Portugal, 28 de Maio de 2004)

Pequeno Léxico sobre a Experiência do Efeito Brown

 (Raul Berenguel)

P.-  O que é o “Efeito Brown” ?

R.- O efeito Brown determina que ao ser aplicada uma alta diferença de potencial (da ordem dos 30 KV) a um condensador cujos eléctrodos possuem dimensões físicas diferentes, este experimenta uma força cujo sentido vai do maior eléctrodo para o menor. Este efeito foi descoberto nos anos 20 do século passado por Thomas Townsend Brown, assistente de Física na Denison University. Essa investigação teve o apoio do seu professor, o Dr. Paul Alfred Biefeld, pelo que o efeito é muitas vezes chamado de “Efeito Biefeld- Brown”. Brown efectuou diversas patentes ao longo dos anos, desde 1928 até 1960. Mas em 2001 é que houve um interesse ressurgido, com a divulgação do chamado “Lifter” pela Transdimensional Technologies.

P.- Desde quando se trabalha neste projecto, e quem participa nele?

R- Estudamos o efeito Brown desde Maio de 2003, tendo feito a primeira experiência de sucesso a 5 de Junho de 2003. Temos um grupo de interessados em formação, e o encontro planeado para o dia 28 servirá para traçarmos planos de investigação possíveis.

P.- Qual o modelo do levitador (um Lifter 4 Antigravity?), onde o adquirirou ou foi totalmente construído por si? E o condensador?

R.- Antes de mais, devemos ser ainda cautelosos com a terminologia, se bem que o termo Lifter não será de fácil passagem para a nossa língua. Justamente por não se tratar de “antigravidade” o nome a dar será algo difícil. De qualquer forma, essa pequena construção de alumínio é apenas um condensador eléctrico composto por eléctrodos de geometrias dissimétricas. Construímos nós próprios 6 modelos desses condensadores, até obtermos o sucesso esperado. O nosso principal interesse foi desenvolver uma fonte de alta voltagem adequada à investigação. O último desenho permite um controle sobre a diferença de potencial, a corrente consumida e a frequência. Tem a vantagem de ter uma estabilidade aceitável. Este tipo de fontes são sempre delicadas de construir, mais não sendo pela instabilidade nos potenciais…

P.- A experiência de Thomas T. Brown, que passou a estar desponível na Net, tem levado vários cientistas e inventores de todo o mundo a tentarem construir o maior dos “levitadores”. Quais são as dimensões do vosso?

R.- Apenas 15 cm de lado ! Não é uma atitude inteligente construir o maior “Lifter”. O de maiores dimensões que conhecemos é um modelo japonês com 5 metros de diâmetro. A questão não é o tamanho, mas resolver os seguintes pontos : a) estabelecer uma teoria Física que explique o fenómeno b) determinar se a força produzida pode ser aumentada c) experimentar dispositivos de aplicação práctica para orientação de satélites no espaço e propulsão de sondas espaciais
Repare-se que mesmo Jean Naudin, com um grande dispositivo de múltiplas placas, apenas elevou pouco mais de 200 gramas de carga útil. Ora, no espaço, uma pequena força, mas desenvolvida de forma continuada, por um equipamento simples e leve, é o mais desejável. Estes dispositivos parecem obedecer a uma regra simples dos condensadores: quando maior área de eléctrodos, maior a sua capacidade. Todavia, os condensadores simétricos visam acumular e descarregar electricidade, pelo que a sua forma não é muito crucial nas aplicações tecnológicas. Nos dissimétricos, se visamos o tipo de aplicações que citamos, temos que ter a sua geometria em conta.

P.- Qual a maior altura a que subiu o vosso levitador e qual a descarga eléctrica utilizada?

R.- O dispositivo continuaria a subir, pelo que limitamos as experiências a alturas entre os 20 e os 80 cm. Aliás, a partir de certa altura, uma vez que o condensador é alimentado por um equipamento externo, os fios do mesmo entram em contacto ocasionando curtos. O próprio “Lifter” tem tendência a desequilibrar-se, pois não é construído de forma alguma, com áreas iguais e distâncias perfeitas. Sendo triangular, um dos lados pode ter um valor maior de força produzida, o que desequilibra o modelo. Utilizamos diferenças de potencial entre os 30 KV e os 40 KV. O nosso modelo tem um consumo de 0,25 miliampéres e um peso de 1,84 g. Repare-se que no nosso modelo, a relação peso potência é de cerca de 4 W/g . Atendendo que se trata de um modelo básico, vemos que não foge ao obtido por outros colegas. De acordo com a variação no desenho e nas frequências, é possível chegar a 1,25 – 1,5 W/g.